A violência doméstica é um crime ou uma doença? Podemos considerar que é ambas as coisas. É um crime porque consta do Código Penal e é uma doença porque consta da classificação internacional das doenças.
Então o que é a violência doméstica? A violência doméstica é a crueldade e o abuso sofridos por membros da família ou parceiros íntimos como o cônjuge, ex-cônjuge, namorados, ou ex-namorados, pais, irmãos, filhos, isto é, contra todos os que vivem no agregado familiar.
A violência doméstica pode assumir muitas formas. Pode envolver assédio e ameaças. São comportamentos violentos usados para ganhar poder e controlo sobre a outra pessoa. O abusador é muitas vezes um homem, mas as mulheres também podem ser. Pode ocorrer entre casais do mesmo sexo. Estigmas sociais sobre relacionamentos LGBTQ em algumas comunidades podem tornar mais difícil para as vítimas denunciar e procurar ajuda.
A violência doméstica pode ter várias formas como física, bater numa pessoa para causar lesões que podem levar até à morte. O abuso geralmente começa com contacto ligeiro mas com o tempo, aumenta até atingir formas mais violentas. Pode ser sexual forçando a vítima a ter atividade sexual contra a sua vontade. Psicológica quando o abusador usa palavras, ameaças e assédio, como por exemplo ciúmes extremos, isolamento forçado e destruição de objetos pessoais, podendo haver ameaças de prejudicar crianças, outros membros da família ou animais de estimação. O isolamento quando o abusador tenta controlar a sua vítima nos horários, atividades e contato com outras pessoas e para isso bloqueia as relações com outros, criando barreiras para atividades normais, como tirar as chaves do carro, fechar a pessoa em casa, mentir, distorcer a realidade para assim conseguir ter o controlo da mente. Perseguição (stalking) que são comportamentos repetidos de assédio, perseguição ou ameaças. Económico quando o abusador controla o acesso a todos os recursos da pessoa, como interferir na capacidade do parceiro ser autossuficiente ou independente.
A violência doméstica começa geralmente por depreciação, ameaças e arremesso de objetos. Agrava-se para outros atos como empurrões, bofetadas, murros e pontapés podendo levar a ações com perigo de vida e a morte. Geralmente a agressão oral aparece antes da física.
Todos podemos ser vítimas desta ocorrência e por isso devemos estar alertados para as situações de ciúme intenso, mau humor, comportamento instável, crueldade e abuso verbal.
Para nossa defesa devemos compreender que o abuso está a acontecer e que não está tudo bem. A violência doméstica não é uma demonstração de amor, mas sim de poder e controlo.
As vítimas devem ter um lugar seguro em casa para quando uma discussão começa se refugiarem, evitar quartos com uma só saída, e onde hajam objetos perigosos, como a cozinha. Sinalizar pessoas que possam contatar para pedir ajuda, memorizar números de telefones importantes, ter algum dinheiro para despesas imediatas, documentos importantes necessários no dia a dia e guardar tudo num saco em local seguro e de fácil acesso.
A violência doméstica é uma doença pois só os fracos, os que não possuem capacidade de controlo dos seus instintos, os que sofrem de dependência como ao álcool ou outras drogas, mentalmente sofrem de alterações da sua personalidade, os que não possuem valores porque não conseguiram absorve-los ou não lhos foram transmitidos, são agressores. Na atualidade já há, em vários países, clínicas dedicadas ao tratamento destas pessoas no sentido de as recuperar e evitar a pena de prisão pois esta não recupera este tipo de agressores.
Quando uma pessoa é vítima de violência doméstica deve interiorizar que o fraco é o agressor e não a vítima e que este é um doente que precisa de ajuda e tratamento e que a vítima pode contribuir para isso no sentido de melhorar a convivência familiar.
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