Será que a reciclagem é uma grande farsa?
Recentemente, deparei-me com um vídeo polémico, com o título “A reciclagem é uma grande farsa”, que me fez pensar sobre a forma como as informações são apresentadas na internet…
Confesso que não gostei do título por ele ser polémico, mas tenho de reconhecer que graças ao seu título, o seu autor conseguiu muitas visualizações. O vídeo, em si, até apresenta bons argumentos ao mostrar que reciclar não resolve tudo, mas chamá-la de “farsa” é claramente um exagero, mesmo quando o autor do vídeo foca apenas na reciclagem dos plásticos.
A reciclagem, na verdade, não é um processo enganador. O que falha é a má gestão e a falta de investimento para melhorar os processos ambientais.
Cada material tem as suas próprias características, que exigem processos de reciclagem diferentes e dão resultados diferentes. Além disso, como é óbvio, quanto mais homogéneo for o material a ser reciclado, os produtos obtidos da reciclagem terão melhor qualidade.
Pense, por exemplo, nas garrafas de plástico, que são mais fáceis de reciclar e que se transformam novamente em garrafas, versus os sacos de plástico, que exigem processos mais complexos e acabam em materiais menos nobres.
O vídeo acerta num ponto importante: a reciclagem é apenas uma das ações para a sustentabilidade e deve ser das últimas a ser utilizada, pois também exige consumo de energia e recursos. Na realidade, os cinco processos essenciais para um futuro mais verde são: Repensar o nosso consumo, Recusar os recursos que prejudicam o ambiente, Reduzir o que é necessário, Reutilizar os objetos antes de os deitar fora e, por fim, Reciclar o que já não tem outra utilidade.
A reciclagem não é enganosa; ela é apenas um dos processos de sustentabilidade. O que realmente falha é a falta de investimento e de vontade política. Um exemplo claro disso foi a recente reunião da ONU em Genebra sobre o Tratado Global de Poluição Plástica, que terminou sem acordo ou consenso, apesar da preocupação de 175 países.
O papel de cada um de nós é fundamental para o nosso planeta! É preciso racionalizar o nosso consumo, recusar plásticos prejudiciais e, acima de tudo, não desvalorizar a reciclagem, pois cada ação consciente conta para um futuro com menos plástico no planeta, no mar e até no nosso corpo.
O que pensa o leitor sobre este assunto?
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