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A Criptografia: Uma forma de lhe proteger dos olhares indiscretos!

Deixe que eu lhe faça uma pergunta: Já alguma vez sonhou ser o “007”? Ou o “Ethan Hunt” (Tom Cruise), do “Missão Impossível”? Eu já!

A fantasia que está subjacente aos heróis dos filmes das franquias referidas, não existe na vida real, como é lógico! Mas isso não significa que não existam espiões!

Mais famosa nos cenários de guerra entre nações (mas não só), a espionagem também é comum a nível industrial, quando uma empresa busca recolher informações de outras empresas (concorrentes ou não) que estão a desenvolver qualquer produto, em segredo.

Claro que para desenvolver trabalhos de espionagem, são necessários profissionais, com formação adequada e suficientemente treinados, não tanto para serem heróis, mas tão somente para poderem executar a tarefa que se espera que eles façam, que é intercetar, recolher e entregar de forma segura informações que, conforme a sua importância, podem influenciar o resultado de conflitos (em cenários de guerra) ou condicionar os resultados financeiro-económicos de várias empresas.

Como é óbvio, se as informações são tão assim tão importantes, torna-se vital esconder as mesmas dos olhos indiscretos e profissionais dos espiões! Se isso não for feito, todas as informações que sejam importantes poderão ser divulgadas e essas informações tanto poderão ser os planos secretos de um novo míssil, um novo processo industrial que nos permita fabricar coisas mais baratas que os nossos concorrentes ou mesmo a senha do nosso google drive (que, se for divulgada, vai permitir que qualquer pessoa possa ver e apagar as nossas fotos) …

Já Júlio César, no tempo dos romanos, reconhecia a necessidade de proteger as suas informações, tendo na altura criado um código que trocava as letras das palavras que ele escrevia por outras letras do alfabeto, situadas três posições à frente. Para o leitor perceber, quando César queria escrever “Ave Cesar”, ele escrevia “Dzh Fhvdu” (o A mudava para D; o v mudava para z; etc). Como é óbvio, quem sabia que ele substituía as letras dessa forma, tinha a chave para recuperar rapidamente a mensagem inicial (“Ave Cesar”). Quem não sabia, não tinha a chave e tinha de andar a experimentar trocas de letras até que alguma fizesse sentido e enquanto isso o tempo passava e o seu segredo ficava guardado.

Essa forma de esconder a informação escrita, recebe geralmente o nome de criptografia (termo que vem do vocábulo grego: “kryptós”, que significa “escondido“, e do vocábulo “gráphein”, que significa “escrita” e é atualmente muito utilizado, empregando meios computacionais: quando são utilizados alguns algoritmos  para esconder (encriptar) mensagens e outros algoritmos  para recuperar a mensagem original (desencriptar).

Com o passar do tempo, os meios tecnológicos tiveram um desenvolvimento assinalável e a criptografia tornou-se cada vez mais complexa, podendo atualmente utilizar chaves simples, partilhadas pelo remetente e pelo destinatário ou um par de chaves, uma privada e outra pública, que são utilizadas para encriptar as mensagens (chave pública) e para desencriptar as mensagens (chave privada).

Atualmente, a criptografia é cada vez mais usada no preenchimento de formulários em sites, nas criptomoedas, nas assinaturas digitais e até mesmo, em aplicações tais como o WhatsApp, onde a segurança dos clientes é fundamental.

A criptografia oferece, portanto, uma utilização importantíssima na proteção da informação sensível nos conflitos armados entre as nações e também na proteção das informações a nível industrial!

Você mesmo usa isso, no seu correio eletrónico e no seu telemóvel! E nenhum espião consegue lhe roubar um pedacinho que seja da sua informação. Nem mesmo o 007!

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Professor de Físico-Química.
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