STEM online

Um blogue que aborda as STEM no nosso dia-a-dia.

Ciência

Perigo! Irá um asteroide atingir a Terra?

Em dezembro de 2022, o mundo foi abalado com uma notícia provocadora: a probabilidade de um asteroide atingir a Terra.

Mas o que, de facto, é um asteroide?

Asteroides são corpos rochosos pequenos que orbitam o Sol. Eles assemelham-se aos planetas, mas são consideravelmente menores do que eles. A maioria deles encontra-se no cinturão de asteroides, que se localiza entre Marte e Júpiter, e esses corpos são vestígios da formação do Sistema Solar e poderão fornecer-nos informações úteis sobre a sua formação.

Mas por que esses asteroides estão em movimento e podem dirigir-se para nós?

A razão para isso encontra-se nas regras da Física e, em particular, na lei da gravidade.

Os asteroides, tal qual os planetas, orbitam o Sol – mas as suas órbitas poderão ser criticamente afetadas pelas forças da gravidade de planetas próximos, assim como por colisões com outros asteroides, ou mesmo por causa da pressão da luz solar. Como é lógico, sempre que há uma mudança de órbita de um asteroide, ele muda a sua direção e, eventualmente, pode vir a ser arrastado para a Terra.

É aqui que a NASA, a Agência Espacial da América do Norte, torna-se relevante. A NASA é uma organização norte-americana encarregada de explorar o espaço e de proteger a Terra contra perigos provenientes do espaço exterior. E uma das suas grandes responsabilidades é monitorar os asteroides.

Mas qual é a razão para ela fazer isto?

Porque um impacto de um asteroide na Terra poderia produzir resultados devastadores para o nosso planeta!

Recentemente, astrónomos detetaram que o asteroide denominado 2024 YR4 possui uma probabilidade de 2,1% de colidir com a Terra no dia 22 de dezembro do ano de 2032. O impacto desse asteroide poderia liberar uma energia equivalente tão grande, que certamente ocasionaria uma enorme devastação.

Aliás, quando pensamos em colisões de asteroides, lembramo-nos com frequência do impacto de um asteroide sobre o nosso planeta, que ocasionou a extinção dos dinossauros, ocorrido há cerca de 65 milhões de anos. Tal evento liberou na altura uma quantidade enorme de energia, equivalente a bilhões de bombas atómicas! Essa energia criou uma cratera gigantesca e levantou enormes nuvens de poeira e gases, que barraram a luz do sol por meses ou mesmo anos. Como resultado, o nosso planeta sofreu drásticas mudanças climáticas, o que acabou por levar à extinção muitas espécies de plantas e animais.

Se o asteroide 2024 YR4 colidir com a Terra, as consequências dependerão (como é óbvio) do seu tamanho e da sua velocidade.

Sabemos que um pequeno asteroide poderia queimar-se na atmosfera, fazendo pouco ou nenhum dano, mas asteroides maiores poderiam causar uma explosão no ar (como o evento de Tunguska de 1908, que derrubou árvores numa área de 2.150 km² na Sibéria). Um impacto de um asteroide realmente grande na superfície poderia causar destruição em massa, ondas de choque, incêndios florestais e mudanças climáticas temporais.

Dessa forma, a NASA está constantemente atenta ao espaço, em busca de asteroides que possam representar perigos para a Terra. Ela utiliza telescópios e satélites para detetar e acompanhar estes objetos, calcular as suas órbitas e prever o seu percurso.

Se um asteroide perigoso for detetado, a NASA (ou outro organismo qualquer) pode tentar mudá-lo de percurso, utilizando várias formas, como empurrá-lo com uma nave espacial ou aplicar explosivos nucleares.

É importante ressaltar que, embora a possibilidade de uma colisão do asteroide seja bastante assustadora, ela é também bastante remota! Podemos ficar tranquilos (até porque a NASA e outras agências espaciais por todo o mundo estão vigilantes para proteger a nossa segurança)!

Portanto, da próxima vez que o leitor olhar para o céu de noite e observar uma estrela cadente, recorde-se: ela pode ser apenas um pequeno pedaço de asteroide a queimar-se na nossa atmosfera, que está a lembrar-nos que pertencemos a um grande e interessante universo.

E… quem sabe? Talvez um dia seja o leitor a pessoa que vai investigar o espaço, à procura de asteroides erráticos!

LEAVE A RESPONSE

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Professor de Físico-Química.