07h30. O despertador toca. Um olho abre para rapidamente vermos o que se perdeu enquanto estivemos a dormir: Cinco notificações do Instagram, 10 do WhatsApp, 20 do Tik Tok e duas do Facebook. Fazemos scroll pelos feeds das várias redes sociais: o Zé alterou a foto de perfil, a Catarina publicou várias stories e a Maria fez um Reels com uma das músicas do momento…
Entre todas essas novidades, percorrem-se dezenas e dezenas de posts com informações e links para sites, alguns credíveis e outros mais duvidosos. Leem-se notícias sobre o país e o mundo, futebol, artigos sobre celebridades e sobre “Os três melhores penteados para usar durante a semana”… muita informação desliza pelo ecrã!
De todo este tipo de conteúdos, o quê que vos chamaria mais à atenção? Provavelmente, aqueles que são sobre os vossos amigos e os que tenham títulos mais chamativos, certo?
Alguma vez já se questionaram que aquilo que leem pode não ser verdade? Não é por algo estar publicado na internet que é real. Não é por ter muitos “gostos” que é verdadeiro.
Há pessoas e entidades que lucram com a propagação de notícias falsas e conteúdos duvidosos, porque nada é feito ao acaso. Tudo o que veem nos vossos feeds é especialmente direcionado a vocês por causa dos chamados algoritmos, que fazem uma “leitura” do utilizador e sabem que tipo de temas mais aprecia ler, quais as fotos que mais lhe cativam, gostos musicais e até com quais amigos troca mais mensagens. É a chamada inteligência artificial a funcionar.
Daí que não podemos achar que tudo o que vemos é uma verdade absoluta. Como jornalista que sou, reconheço todos os benefícios que as novas tecnologias trouxeram ao meu trabalho diário, seja pela maior rapidez ao encontrar uma informação ou um simples contacto, como também pela forma fácil como conseguimos com que as notícias que produzimos cheguem às pessoas, entre muitos outros.
Mas tais vantagens também se podem tornar grandes desafios, pois, por exemplo, o facto de a informação estar disponível para toda a gente de forma gratuita na internet faz com que haja um elevado número de notícias falsas (as chamadas “fake news“). E nem sempre a distinção entre o que é falso ou não é fácil de fazer para quem está no seu intervalo da manhã a fazer scroll no telemóvel.
Neste aspeto, lembrem-se do seguinte: Quando acharem que alguma coisa aparenta ser estranha em relação a algum link ou informação que leem, questionem-se. Pesquisem noutros sites, espreitem os sites dos vários jornais nacionais ou regionais para perceber se é verdade. Perguntem a quem poderá esclarecer-vos de forma correta sobre o assunto em questão. E, sobretudo, não contribuam para a desinformação ao partilhar determinado conteúdo só porque está na moda.
Pensem no que estão a partilhar, se gostavam de ver esse conteúdo/comentário partilhado por alguém da vossa família ou amigos próximos. Tudo o que é publicado na internet permanece para sempre, de uma forma ou de outra.