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A ciência por Trás das Cores

Amigo leitor, você já se perguntou por que o céu é azul ou por que as folhas são verdes?

Além disso, já verificou que quando escurece, as cores parecem diferentes?

Tudo está relacionado com a luz! Com a luz que os corpos produzem e com a luz que os corpos refletem!

Não sei se já repararam, mas quando olhamos mais de perto os dispositivos emissores de luz com écrans, tais como as telas das televisões, dos telemóveis e dos computadores, encontramos pixéis, que nada mais são do que um conjunto de três pontinhos pequeninos que possuem cada um deles uma cor diferente.

Quando cada um desses três pontinhos está ligado, emite uma luz, que muda a sua cor conforme o pontinho. Assim, quando o primeiro pontinho acende, mostra o vermelho, quando o segundo acende, mostra a cor azul e quando o terceiro acende, ilumina-se com a cor verde.

Curiosamente, quando os três pontinhos estão acesos ao mesmo tempo, ocorre a soma do brilho e da cor emitida pelos três pontinhos, gerando a cor branca no pixel. Quando apenas dois pontinhos ficam acesos, vai ocorrer a soma dos brilhos e das cores emitidas por eles, que vai dar origem a um conjunto maior de cores. Assim, quando o pontinho vermelho e o azul estiverem acesos, veremos a cor magenta. Quando for o vermelho e o verde, veremos o amarelo e quando for o pontinho verde e o pontinho azul, veremos a cor azul-ciano.

Como é óbvio, se apenas um dos pontinhos acender, será a cor desse pontinho a ser observada, pelo que veremos vermelho, verde ou azul conforme o pontinho que acender.

Podemos perceber então que são as luzes dessas três cores que dão origem às outras luzes coloridas, pelo que, elas são chamadas de cores primárias. Quando misturamos essas cores de luz, podemos criar todas as outras cores, num processo de mistura aditiva de cores, resultando em cores que serão tanto mais claras quanto mais luzes coloridas forem somadas.

Isso é usado em shows e teatros para criar efeitos visuais deslumbrantes com luzes coloridas, onde artistas usam luzes e projeções para criar ambientes imersivos, narrar histórias e evocar emoções (como por exemplo, um concerto de rock com luzes estroboscópicas pulsando ao ritmo da música, ou uma peça teatral com iluminação que reflete o clima da cena).

No entanto, pensar em cores não é pensar apenas em luzes coloridas, mas também em pinturas, fotografias e em outros objetos mais ou menos comuns, que apesar de também terem cores, não são propriamente corpos luminosos emitindo luzes.

Na realidade, nestes corpos, a cor que vemos neles é a cor da luz que eles são capazes de refletir, pelo que, depende da cor da luz que ele recebe. Uma maçã vermelha, por exemplo, parece vermelha porque reflete a luz vermelha que recebe enquanto absorve as outras cores. Entretanto, se iluminarmos essa mesma maçã com uma luz azul, ela passa a parecer negra, pois se não há luz vermelha para refletir, a maçã não reflete nada, parecendo ser negra. Os designers de iluminação usam esse princípio para mudar a aparência dos objetos no palco, manipulando a luz de maneira que altera o que vemos.

Assim, quando falamos de coisas com tintas e pigmentos, as coisas funcionam de forma um pouco diferente. Uma vez que cada cor adicionada absorve algumas cores de luz enquanto reflete outras, quanto mais cores adicionamos, mais cores são absorvidas, o que resulta em cores com cada vez menos brilho e portanto, cada vez mais escuras, acabando por formar a cor negra quando as três cores primárias são adicionadas. Nestes termos, aqui a mistura de cores é uma mistura subtrativa, uma vez que o brilho é cada vez menor.

Com tintas ou pigmentos, as cores primárias são o azul ciano, a cor magenta e o amarelo, que correspondem às cores secundárias nas misturas aditivas. Estas cores, ao serem combinadas duas a duas resultam em cores mais escuras, que correspondem às cores primárias da mistura aditivas de cores. Assim, o pigmento azul-ciano quando combinado com o pigmento magenta, resulta em azul. O pigmento azul-ciano com o pigmento amarelo resulta na cor verde e o pigmento magenta com o pigmento amarelo resulta na cor vermelha.

No cotidiano, a mistura subtrativa de cores está presente em tintas, giz de cera, vestimentas e até na íris dos nossos olhos, onde a melanina absorve parte da luz e define a tonalidade do olhar.

Da próxima vez que o amigo leitor assistir a um espetáculo, admirar o crepúsculo, ver televisão ou apreciar uma pintura, lembre-se da ciência por trás da magia cromática ali revelada!

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Professor de Físico-Química.
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