As impressões digitais são uma das formas de identificação individual mais usadas no mundo na investigação policial podendo mesmo dizer-se que são melhores que o DNA pois os gémeos homozigóticos têm o mesmo DNA mas diferentes impressões digitais. As suas características de imutabilidade, unicidade e diversidade tornam-nas numa forma de identificação muito importante, barata e fácil de executar, desde que existam termos de comparação isto é base de dados sobre as mesmas.
Desde a Antiguidade que as impressões digitais são usadas para identificar pessoas com o objetivo de autenticar documentos e selar acordos. Na China, o marido era obrigado a assinar um documento à divorciada com as suas impressões digitais e em 1300, os chineses empregavam as impressões digitais não só nos divórcios como no também nos casos de crimes. O italiano Marcello Malpighi, no século XVII foi o primeiro a estudar as impressões digitais de forma científica, e o francês Alphonse Bertillon no final do século XIX foi quem viu os seus estudos sobre esta temática, cientificamente aceites. No ano de 1856, José Engel publicou o “Tratado do Desenvolvimento da Mão Humana”, no qual se referia ao estudo sobre os desenhos digitais e afirmou que os desenhos digitais existem desde o sexto mês de vida fetal.
O primeiro sistema de identificação por impressões digitais foi criado por Francis Galton, antropólogo, meteorologista, matemático e estatístico inglês e a primeira utilização de uma impressão digital para prender e condenar um criminoso ocorreu em França em 1902. Mas já em 1892, na Argentina a polícia, a partir de uma impressão digital latente, solucionou uma investigação de um duplo homicídio.
As impressões digitais são formadas por pequenas cristas existentes nas pontas dos dedos das mãos e dos pés e têm as funções de reforçar o tato e melhorar a preensão dos objetos. São inalteráveis ao longo da vida só mudando quando surgem cicatrizes, como as resultantes de queimaduras profundas. Os seus desenhos são individuais, isto é, cada pessoa tem a sua impressão digital. Algumas pessoas não têm impressões digitais, são portadoras da Síndrome de Nagali, descoberto em 2006, na Universidade de Haifa, e deve-se ao mau funcionamento da proteína queratina 14.
A ciência que estuda as impressões digitais tem o nome de dactiloscopia e baseia-se no estudo dos chamados pontos característicos que são a variabilidade que as linhas digitais apresentam e pode ser expressa na forma de convergências, desvios, planos, bifurcações, fragmentos, entre outros. A separar as cristas há os sulcos. As cristas e os sulcos formam as impressões digitais e o seu estudo é feito atualmente através da comparação desses pontos usando sistemas computorizados AFIS (Automated Fingerprint Identification System).
As glândulas sudoríparas, situadas na derme fazem o desenho das impressões digitais.
Estas são constituídas por um tubo situado no tecido celular subcutâneo, formado por um glomérulo com um canal retilíneo, que atravessa a derme, para terminar na camada córnea da epiderme, no poro, que é um orifício situado nos lados das cristas papilares, e pelo qual se expulsa o suor ou outras secreções. O suor mistura-se com a gordura natural da pele, levando a que quando se toca num objeto as impressões digitais fiquem nele impressas.
O estudo do contorno dos poros constitui a poroscopia ciência complementar da dactiloscopia.
Há vários tipos de impressões digitais, designadas de exemplar, latente, patente, plástica e que são agrupadas em quatro tipos fundamentais: presilha interna-I-2, presilha-E-3 externa, arco-A-1 e verticilo-V-4 segundo a nomenclatura de Vucetich apresentado em 1891 com o nome de “Icnofalangometria“. Os símbolos literais representam os dedos polegares e nos demais dedos são empregados símbolos numéricos.
A melhoria das câmaras dos iPhones e Smartphones permite que a camara traseira destes dispositivos possa ser usada para capturar uma imagem do dedo do utilizador e a sua impressão digital.
Hoje em dia a inteligência artificial chamada “DeepMastersPrint” é capaz de criar impressões digitais falsas e enganar sistemas de autenticação por biometria. Criada a partir de uma rede neural ela é um projeto da Universidade de Nova York e levanta o problema do valor na atualidade das impressões digitais como meio de identificação humana aceite universalmente.