Os charcos são semelhantes a poças de água que aparecem na natureza quando chove muito, quando a neve derrete ou quando há água que vem de baixo da terra.
A formação dos charcos depende de vários fatores, como o tempo, o sol, a terra, a água, as plantas e as pessoas. Os charcos podem durar muito tempo ou pouco tempo, dependendo de quanto água têm e de quanto tempo ela fica lá. A água que enche os charcos pode vir da chuva, da neve, de fontes subterrâneas ou de rios. Os charcos podem estar em quase todos os lugares, desde os sítios mais frios até aos mais quentes, desde as montanhas até às planícies, desde as florestas até aos desertos.
Os charcos costumam ser diferentes uns dos outros, porque têm tamanhos, formatos, profundidades, temperaturas, salinidades, valores de acidez e de oxigênio dissolvido, quantidades de nutrientes e de poluentes diferentes na água. São estes parâmetros que caracterizam o ambiente para os animais e para as plantas que vivem lá, condicionando ao longo do tempo e do espaço as formas de vida presentes no charco.
Os animais e os vegetais dos charcos podem ser divididos em três grandes grupos: os produtores, os consumidores e os decompositores, cada um deles, com a sua função. Assim, os produtores são os seres vivos que fazem a fotossíntese, como as algas, as cianobactérias e as plantas aquáticas. Eles são responsáveis por pegar na energia do sol e transformá-la em comida, que serve para os outros seres vivos. Os consumidores são os seres vivos que comem os produtores ou outros consumidores, como os protozoários, os vermes, os moluscos, os crustáceos, os insetos, os anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos. Eles podem ser classificados como herbívoros, carnívoros ou onívoros, de acordo com o que comem. Já os decompositores são os seres vivos que degradam a comida morta, como as bactérias, os fungos e alguns invertebrados. Eles são essenciais para reciclar os nutrientes e manter o equilíbrio do ecossistema.
Dado que os charcos são muitas vezes formados por água parada, é possível considerar que os charcos favorecem o aumento da proliferação de vetores, que são animais que transmitem doenças para as pessoas ou outros animais (como por exemplo, mosquitos).
Isto não impede todavia, que se considere que o papel dos charcos é muito importante, uma vez que eles contribuem decisivamente para aumentar a biodiversidade, fazer a regulação do ciclo da água e do clima local, facilitar a recarga dos aquíferos, reduzir a erosão da terra e diminuir a perda de nutrientes do solo. Além disso, outros usos importantes de alguns charcos passam pela sua utilização enquanto fonte de alimentos e de matéria-prima para diversas indústrias e pela sua utilização como espaços de recreação e de lazer.
Apesar de serem locais muito interessantes, onde vivem muitos animais e plantas diferentes e de serem importantes para o ambiente (porque ajudam a guardar, a limpar e a espalhar a água, a manter o clima fresco, a dar comida e a divertir as pessoas), os charcos estão em constante perigo, uma vez que existem muitas coisas que os podem estragar ou acabar com eles.
A agricultura, por exemplo, pode provocar a degradação e a destruição física dos charcos, causada pelas mudanças na utilização dos solos, provocada pelo crescimento das cidades, pelas plantações de árvores e outras plantas estrangeiras (invasoras), pela agricultura intensiva e, claro, pela drenagem de zonas húmidas para fazer solos para a agricultura ou a floresta.
Além da agricultura, a criação de zonas destinadas para barragens, estradas e outras obras representam também alterações não naturais no meio físico, que promovem a destruição de charcos.
Finalmente, a poluição química e orgânica dos charcos, (provocada por químicos usados na agricultura, por dejetos de animais ou de pessoas ou por lixo atirado para os charcos é capaz de mudar as propriedades dos charcos, fazendo com que eles fiquem cheios de algas (eutrofização do charco) e com pouca água, o que acaba por provocar a diminuição dos níveis de oxigênio na água do charco, o que, por sua vez, acaba por resultar em animais e plantas mortas num charco, cheio de água suja.
Para proteger os charcos, é necessário educar e sensibilizar enquanto se tomam medidas de conservação, criando áreas protegidas, recuperando áreas estragadas, fiscalizando e vigiando.
A conservação dos charcos é uma responsabilidade de todos, porque os charcos são patrimónios naturais e culturais, que devem ser preservados para as gerações de agora e que ainda virão.